Site traz informações sobre mais de 35 mil expedições do tráfico transatlântico de escravos
A maior migração oceânica forçada da história da humanidade, em que mais de 10 milhões de pessoas foram transportadas como escravas do continente africano para diversas partes da América, se deu entre os séculos 16 e 19. Pensando nisso, os pesquisadores David Eltis, britânico, e Stephen Berrendt, estadunidense, criaram o site "Slave Voyages", reunindo pesquisas realizadas desde a década de 1960. A plataforma foi idealizada ainda em 1990, mas só se tornou real quando a pesquisa de seus criadores foi premiada pela Universidade de Emory, nos Estados Unidos, em 2006.
Embora nem todas as expedições tenham sido documentadas, há no site dados de mais de 35 mil viagens, uma junção de arquivos ao redor do mundo. Por documentar apenas quatro quintos das pessoas traficadas com os dados que possui, o portal destina uma de suas páginas para um conteúdo interativo com estimativas que aproximam-se ao máximo possível do volume total de africanos levados a força.
O que há por lá
Um site que abriga bancos de dados como esse não é algo novo, mas o diferencial do "Slave Voyages" é a forma como o conteúdo é apresentado de maneira compreensível e acessível para públicos diversos, sejam esses professores e pesquisadores, ou estudantes e pessoas de todo o público.
O acervo do portal traz materiais educativos, planos de aulas, ensaios que analisam as viagens, a escravidão em si e o fim do tráfico, contando ainda com mapas introdutórios de apoio, que mostram o volume a direção do tráfico de pessoas escravizadas, ressaltando as principais regiões e portos envolvidos, assim como as regiões africanas mais exploradas e as americanas que mais recebiam os africanos traficados.
Indo mais a fundo, "Slave Voyages" proporciona pesquisas sobre pessoas específicas trazendo em seu acervo um banco de nomes com identificação de 91.491 africanos cativos, em fichas que além dos nomes, incluem informações de idade, sexo, origem, país e locais de embarque e desembarque. Há também seu banco de imagens, que proporciona ilustrações dos escravizados, também de navios e de lugares, manuscritos e mapas antigos.
Com sua metodologia detalhada e uma seção específica que auxilia no uso do banco de dados, tudo nas opções de idiomas inglês ou português, o site proporciona uma grande facilidade para qualquer pessoa que queira explora-lo.
Informações: Nexo Jornal
Foto: Google Imagens